by Mário de Andrade (1893 - 1945)
Há o mutismo exaltado dos astros
Language: Portuguese (Português)
Há o mutismo exaltado dos astros, Um som redondo enorme que não para mais. Os duros vulcões ensangüentam a noite, A gente se esquece no jogo das brisas, A jurema perde as folhas derradeiras Sobre Mestre Carlos que morreu. Dir-se-ía que os ursos Mexem na sombra do mato... A escureza cai sobre abelhas perdidas. Um potro galopa. Ponteia uma viola De sertão. Nós estamos de pé, Nós nos enlaçamos, Somos tão puros, Tão verdadeiros... Ô, meu amor! O mangue vai refletir os corpos enlaçados! Nossas mãos já partem no jogo das brisas, Nossos lábios se cristalizam em sal! Nós não somos mais nós! Nós estamos de pé! Nós nos amamos!
Authorship:
- by Mário de Andrade (1893 - 1945), "Há o mutismo exaltado dos astros", appears in Os melhores poemas, in 4. Poemas da Negra, first published 1929 [author's text checked 1 time against a primary source]
Musical settings (art songs, Lieder, mélodies, (etc.), choral pieces, and other vocal works set to this text), listed by composer (not necessarily exhaustive):
- by Mozart Camargo Guarnieri (1907 - 1993), "Há o mutismo exaltado dos astros", 1975, published 2004 [ voice and piano ], from Poemas da Negra, no. 10, SP: Goldberg [sung text checked 1 time]
Researcher for this text: Emily Ezust [Administrator]
This text was added to the website: 2010-07-05
Line count: 23
Word count: 110