by Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1831 - 1852)
Na minha terra
Language: Portuguese (Português)
Laisse-toi donc aimer! Oh! l'amour c'est la vie C'est tout ce qu'on regeste et tout ce quon envie, Quand on voit sa jeunesse au couchant décliner. .............................................. La beauté cest le front, l'amour cest la couronne, Laisse-toi couronner! --Victor Hugo I Amo o vento da noite sussurrante A tremer nos pinheiros E a cantiga do pobre caminhante No rancho dos tropeiros; E os monótonos sons de uma viola No tardio verão, E a estrada que além se desenrola No véu da escuridão; A restinga d'areia onde rebenta O oceano a bramir, Onde a lua na praia macilenta Vem pálida luzir; E a névoa e flores e o doce ar cheiroso Do amanhecer na serra, E o céu azul e o manto nebuloso Do céu de minha terra; E o longo vale de florinhas cheio E a névoa que desceu, Como véu de donzela em branco seio, As estrelas do céu. II Não é mais bela, não, a argêntea praia Que beija o mar do sul, Onde eterno perfume a flor desmaia E o céu é sempre azul; Onde os serros fantásticos roxeiam Nas tardes de verão E os suspiros nos lábios incendeiam E pulsa o coração! Sonho da vida que doirou e azula A fada dos amores, Onde a mangueira ao vento que tremula Sacode as brancas flores... E é saudoso viver nessa dormência Do lânguido sentir, Nos enganos suaves da existência Sentindo-se dormir... Mais formosa não é, não doire embora O verão tropical Com seus rubores... a alvacenta aurora Da montanha natal... Nem tão doirada se levante a lua Pela noite do céu, Mas venha triste, pensativa e nua Do prateado véu... Que me importa? se as tardes purpurinas E as auroras dali Não deram luz às diáfanas cortinas Do leito onde eu nasci? Se adormeço tranqüilo no teu seio E perfuma-se a flor, Que Deus abriu no peito do poeta, Gotejante de amor? Minha terra sombria, és sempre bela, Inda pálida a vida Como o sono inocente da donzela No deserto dormida! No italiano céu nem mais suaves São da noite os amores, Não tem mais fogo o cântico das aves Nem o vale mais flores! III Quando o gênio da noite vaporosa Pela encosta bravia Na laranjeira em flor toda orvalhosa De aroma se inebria... No luar junto à sombra recendente De um arvoredo em flor, Que saudades e amor que influi na mente Da montanha o frescor! E quando, à noite no luar saudoso Minha pálida amante Ergue seus olhos úmidos de gozo E o lábio palpitante... Cheia da argêntea luz do firmamento, Orando por seu Deus, Então... eu curvo a fronte ao sentimento Sobre os joelhos seus... E quando sua voz entre harmonias Sufoca-se de amor E dobra a fronte bela de magias Como pálida flor... E a alma pura nos seus olhos brilha Em desmaiado véu, Como de um anjo na cheirosa trilha Respiro o amor do céu! Melhor a viração uma por uma Vem as folhas tremer, E a floresta saudosa se perfuma Da noite no morrer... E eu amo as flores e o doce ar mimoso Do amanhecer da serra E o céu azul e o manto nebuloso Do céu da minha terra!
Text Authorship:
- by Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1831 - 1852), "Na minha terra" [author's text checked 1 time against a primary source]
Musical settings (art songs, Lieder, mélodies, (etc.), choral pieces, and other vocal works set to this text), listed by composer (not necessarily exhaustive):
- by Nelson Araguari , "Na minha terra", 1947, published c1947 [voice and piano], Rio de Janeiro Eric Araguari a/c Irm&atiled;os Vitale [text not verified]
Researcher for this text: Emily Ezust [Administrator]
This text was added to the website: 2010-06-07
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