by Bernardo Joaquim da Silva Guimarães (1825 - 1884)
Salve, estrella solitaria
Language: Portuguese (Português)
Salve, estrella solitaria, Que brilhas sobre esse monte, Timida luz maviosa Derramando no horizonte. Eu amo teu manso brilho Quando languido se esbate, Pelos campos scintillando, De relva em humido esmalte; Quando tremula argenteias Um lago límpido e quedo, Quando infiltras meigos raios Pelas ramas do arvoredo. Pallida filha da noite, Sempre és pura e maviosa; Fulge-te o rosto formoso Qual branca orvalhada rosa. Eu amo teu manso brilho, Que como olhar amoroso, Vigilante á noite se abre Sobre o mundo silencioso, Ou como em beijo de paz, Que o céo sobre a terra envia, Na face d'ella espargindo Silencio e melancolia. Salve, ó flor do ethereo campo, Astro de meigo palor! Tu serás, formosa estrella , O fanal do meu amor. N'este mundo, que allumias Com teu pallido clarão, Existe um anjo adoravel Digno de melhor mansão. Muitas vezes a verás Sózinha e triste a pensar, E seus languidos olhares Com teus raios se cruzar. Nas faces a natureza Lhe esparzio leve rubor, Mas a fronte lisa e calma Tem dos lírios o palor. Mais que o ebano brunido Lhe fulge a madeixa esparsa, E co'os anneis lhe sombrêa O niveo collo de garça. Nos labios de carmim vivo, Rara vez paira um sorriso; Não póde sorrir na terra, Quem pertence ao paraiso.
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Text Authorship:
- by Bernardo Joaquim da Silva Guimarães (1825 - 1884), "A uma estrella" [author's text checked 1 time against a primary source]
Musical settings (art songs, Lieder, mélodies, (etc.), choral pieces, and other vocal works set to this text), listed by composer (not necessarily exhaustive):
- by João Gomes de Araújo (1846 - 1943), "Salve estrella solitaria" [ voice and piano ], Rio de Janeiro: Arthur Napoleão & Cia. [sung text not yet checked]
Researcher for this text: Emily Ezust [Administrator]
This text was added to the website: 2010-06-08
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