by Joaquim Maria Machado de Assis (1839 - 1908)
Lágrimas de cera
Language: Portuguese (Português)
Passou; viu a porta aberta. Entrou; queria rezar. A vela ardia no altar. A igreja estava deserta. Ajoelhou-se defronte Para fazer a oração; Curvou a pálida fronte E pôs os olhos no chão. Vinha trêmula e sentida. Cometera um erro. A Cruz É a âncora da vida, A esperança, a força, a luz. Que rezou? Não sei. Benzeu-se Rapidamente. Ajustou O véu de rendas. Ergueu-se E à pia se encaminhou. Da vela benta que ardera, Como tranqüilo fanal, Umas lágrimas de cera Caíam no castiçal. Ela porém não vertia Uma lágrima sequer. Tinha a fé, a chama a arder, Chorar é que não podia.
Text Authorship:
- by Joaquim Maria Machado de Assis (1839 - 1908), "Lágrimas de cera", appears in Falenas, first published 1870 [author's text checked 1 time against a primary source]
Musical settings (art songs, Lieder, mélodies, (etc.), choral pieces, and other vocal works set to this text), listed by composer (not necessarily exhaustive):
- by Antônio Francisco Braga (1868 - 1945), "Lágrimas de cera", published 1945 [voice and piano], Rio de Janeiro: Cooperativa Ed. dos Comp. e Músicos Profissionais Ltda. [ sung text checked 1 time]
Researcher for this text: Emily Ezust [Administrator]
This text was added to the website: 2010-06-11
Line count: 24
Word count: 104