by Menotti del Picchia (1892 - 1988)
Serenata
Language: Portuguese (Português)
Veio coleante essa mágoa Arrastas triste e submisso Também choro veio d'água Sem que ninguém dê por isso Saltas nos seixos de chofre Choras. No mundo indemente Só não chora quem não sofre Só não sofre quem não sente Procuras dentre os abrolhos Ver o céu que astros povoaram Eu também procuro uns olhos Que nunca me procuraram Os céus não vêm tuas mágoas Nem estas ele advinha Veio d'agua, veio d'agua Tua sorte é igual a minha Ora em bolhas vãs tu medras Eu em sonhos bem mesquinhos Teu leito é cheio de pedras Minh'alma é cheia de espinhos Se uma rama se desfolha Sobre o teu dorso e resvala Corres doido atrás da folha Sem poder nunca alcançá-la Às vezes também risonho Um sonho minh'alma junca Corro doido atrás do sonho Sem poder tocá-lo nunca Ventura doida corrida De uma folha sobre um veio Folha esperança perdida De um bem que nunca me veio Assim vou sangrando mágoa E doido para onde for Veio d'água, veio d'água Corro atrás da minha dor.
Text Authorship:
- by Menotti del Picchia (1892 - 1988), "Serenata" [author's text checked 1 time against a primary source]
Musical settings (art songs, Lieder, mélodies, (etc.), choral pieces, and other vocal works set to this text), listed by composer (not necessarily exhaustive):
- by Oscar Lorenzo Fernândez (1897 - 1948), "Serenata", 1930, published 1953 [voice and piano], São Paulo: Irmãos Vitale [ sung text checked 1 time]
Researcher for this text: Emily Ezust [Administrator]
This text was added to the website: 2010-06-27
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Word count: 174