by Emílio de Menezes (1866 - 1918)
Nossa velhice
Language: Portuguese (Português)
Dizes-te velha, entretanto, Em ti encontro cada dia Um novo, inédito encanto, Mais viço, mais louçania. Em cada ano que se passa Eis a diferença nossa: Minh'alma envelhece baça, A tua em viço remoça. Seguimos da vida o trilho, Tu, remoçada deveras, Eu como um velho casquilho Saudoso das primaveras. Nossas almas, se me esforço Por vê-las, a vista alcança, A minha como remorso, A tua como esperança. Tens do tempo a cada arranco, No olhar um novo alvoroço E a cada cabelo branco No lábio um riso mais moço. E se os cabelos de prata Soltas perdoando algum crime, Por sobre mim se encascata A água lustral que redime. Da terra no seio forte, Os lírios matam os goivos. Marcharemos para a morte Como se fôssemos noivos.
Text Authorship:
- by Emílio de Menezes (1866 - 1918) [author's text not yet checked against a primary source]
Musical settings (art songs, Lieder, mélodies, (etc.), choral pieces, and other vocal works set to this text), listed by composer (not necessarily exhaustive):
- by Alberto Nepomuceno (1864 - 1920), "Nossa velhice", 1909, orchestrated 1914 [voice and piano], Rio de Janeiro: Bevilacqua [text verified 1 time]
Researcher for this text: Emily Ezust [Administrator]
This text was added to the website: 2010-07-18
Line count: 28
Word count: 128