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Poemas da Negra

Song Cycle by Mozart Camargo Guarnieri (1907 - 1993)

1. Não sei por que espírito antigo
 (Sung text)

Language: Portuguese (Português) 
Não sei porque espírito antigo
Ficamos assim impossíveis...

A lua chapeia os mangues
Donde sai um favor de silêncio
E de maré.
És uma sombra que apalpo
Que nem um cortejo de castas rainhas.
Meus olhos vadiam nas lágrimas.
Te vejo coberta de estrelas,
Coberta de estrelas,
Meu amor!

Tua calma agrava o silêncio dos mangues...

Text Authorship:

  • by Mário de Andrade (1893 - 1945), "Não sei por que espírito antigo", appears in Os melhores poemas, in 4. Poemas da Negra, first published 1929

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2. Não sei se estou vivo
 (Sung text)

Language: Portuguese (Português) 
Não sei se estou vivo...
Estou morto.

Um vento morno que sou eu
Faz auras pernambucanas.
Rola rola sob as nuvens
O aroma das mangas.
Se escutam grilos,
Cricrido contínuo
saindo dos vidros.
Eu me inundo de vossas riquezas!
Não sou mais eu!

Que indiferença enorme...

Text Authorship:

  • by Mário de Andrade (1893 - 1945), "Não sei se estou vivo", appears in Os melhores poemas, in 4. Poemas da Negra, first published 1929

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3. Você é tão suave
 (Sung text)

Language: Portuguese (Português) 
Você é tão suave,
Vossos lábios suaves
Vagam no meu rosto,
Fecham meu olhar.

Sol posto.

É a escureza suave
Que vem de você,
Que se dissolve em mim.

Que sono...

Eu imaginava
Duro vossos lábios,
Mas você me ensina
A volta ao bem.

Text Authorship:

  • by Mário de Andrade (1893 - 1945), "Você é tão suave", appears in Os melhores poemas, in 4. Poemas da Negra, first published 1929

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4. Estou com medo
 (Sung text)

Language: Portuguese (Português) 
Estou com medo...
Teu beijo é tão beijo,
Tua inocência é dura,
Feita de camélias.

Oh, meu amor,
Nós não somos iguais!
Tu me proíbes
Beber água após...

Eu volto à calma
E não te vejo mais.

Text Authorship:

  • by Mário de Andrade (1893 - 1945), "Estou com medo", appears in Os melhores poemas, in 4. Poemas da Negra, first published 1929

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5. Lá longe no sul
 (Sung text)

Language: Portuguese (Português) 
Lá longe no Sul,
Lá nos pés da Argentina,
Marulham temíveis os mares gelados,
Não posso fazer mesmo um gesto!

Tu me adivinhas, meu amor,
Porém não queres ser escrava!

Flores!
Apaixonadamente meus braços desgalham-se,
Flores!
Flores amarelas do pau-d'arco secular!
Eu me desgalho sobre teu corpo manso,
As flores estão caindo sobre teu corpo manso,
Te cobrirei de flores amarelas!

Apaixonadamente
Eu me defenderei!

Text Authorship:

  • by Mário de Andrade (1893 - 1945), "Lá longe no sul", appears in Os melhores poemas, in 4. Poemas da Negra, first published 1929

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6. Quando
 (Sung text)

Language: Portuguese (Português) 
Quando
Minha mão se alastra
Em vosso grande corpo,
Você estremece um pouco.

É como o negrume da noite
Quando a estrela Vênus
Vence o véu da tarde
E brilha enfim.

Nossos corpos são finos,
São muito compridos...
Minha mão relumeia
Cada vez mais sobre você

E nós partimos adorados

Nos turbilhões da estrela Vênus!...

Text Authorship:

  • by Mário de Andrade (1893 - 1945), "Quando", appears in Os melhores poemas, in 4. Poemas da Negra, first published 1929

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7. Não sei porque os tetéus
 (Sung text)

Language: Portuguese (Português) 
Não sei porquê os tetéus gritam tanto esta noite...
Não serão talvez nem mesmo os tetéus.
Porém minha alma está tão cheia de delírios
Que faz um susto enorme dentro do meu ser.

Estás imóvel.
És feito uma praia...
Talvez estejas dormindo, não sei.

Mas eu vibro cheinho de delírios,
Os tetéus gritam tanto em meus ouvidos,
Acorda! ergue ao menos o braço dos seios!
Afaga o grito dos tetéus!

Text Authorship:

  • by Mário de Andrade (1893 - 1945), "Não sei porque os tetéus", appears in Os melhores poemas, in 4. Poemas da Negra, first published 1929

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8. Nega em teu ser primário
 (Sung text)

Language: Portuguese (Português) 
Nega em teu ser primário a insistência das coisas,
Me livra do caminho.

Colho mancheias de meus olhares,
Meu pensamento assombra mundos novos,
E eu desejava estar contigo...

Há vida por demais neste silêncio nosso!
Eu próprio exalo fluidos leves
Que condensam-se em torno...
Me sinto fatigantemente eterno!

Ah, meu amor,
Não é minha amplidão que me desencaminha,
Mas a virtuosidade!

Text Authorship:

  • by Mário de Andrade (1893 - 1945), "Nega em teu ser primário", appears in Os melhores poemas, in 4. Poemas da Negra, first published 1929

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9. Na zona da mata
 (Sung text)

Language: Portuguese (Português) 
Na zona da mata o canavial novo
É um descanso verde que faz bem;
É uma suavidade pousar a vista
Na manteiga e no pelo dos ratos;
No mais matinal perfume francês
A gente domina uma dedicação
Apertando os dedos no barro mole
Ele escorre e foge,
E o corpo estremece que é um prazer...

Mas você é grave sem comparação.

Text Authorship:

  • by Mário de Andrade (1893 - 1945), "Na zona da mata", appears in Os melhores poemas, in 4. Poemas da Negra, first published 1929

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10. Há o mutismo exaltado dos astros
 (Sung text)

Language: Portuguese (Português) 
Há o mutismo exaltado dos astros,
Um som redondo enorme que não para mais.
Os duros vulcões ensangüentam a noite,
A gente se esquece no jogo das brisas,
A jurema perde as folhas derradeiras
Sobre Mestre Carlos que morreu.
Dir-se-ía que os ursos
Mexem na sombra do mato...
A escureza cai sobre abelhas perdidas.
Um potro galopa.
Ponteia uma viola
De sertão.

Nós estamos de pé,
Nós nos enlaçamos,
Somos tão puros,
Tão verdadeiros...
Ô, meu amor!
O mangue vai refletir os corpos enlaçados!
Nossas mãos já partem no jogo das brisas,
Nossos lábios se cristalizam em sal!
Nós não somos mais nós!
Nós estamos de pé!
Nós nos amamos!

Text Authorship:

  • by Mário de Andrade (1893 - 1945), "Há o mutismo exaltado dos astros", appears in Os melhores poemas, in 4. Poemas da Negra, first published 1929

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11. Ai momentos de físico amor
 (Sung text)

Language: Portuguese (Português) 
Ai momentos de físico amor,
Ai reintrâncias de corpo...
Meus lábios são que nem destroços
Que o mar acalenta em sossego.

A luz do candieiro te aprova,
E... não sou eu, é a luz aninhada em teu corpo
Que ao som dos coqueiros do vento
Farfalha no ar os adjetivos.

Text Authorship:

  • by Mário de Andrade (1893 - 1945), "Ai momentos de físico amor", appears in Os melhores poemas, in 4. Poemas da Negra, first published 1929

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12. Lembrança boa
 (Sung text)

Language: Portuguese (Português) 
Lembrança boa,
Carrego comigo tua mão

O calor exausto
Oprime estas ruas
Que nem a tua boca pesada.
As igrejas oscilam
Por cima dos homens de branco,
E as sombras despencam inúteis
Das botinas, passo a passo.

O que me esconde
É o momento suave
Com que as casas velhas
São róseas, morenas,
Na beira do rio.

Dir-se-ía que há madressilvas
No cais antigo...
Me sinto suavíssimo de madressilvas
Na beira do rio.

Text Authorship:

  • by Mário de Andrade (1893 - 1945), "Lembrança boa", appears in Os melhores poemas, in 4. Poemas da Negra, first published 1929

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