by Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865 - 1918)
Canção de Romeu Matches original text
Language: Portuguese (Português)
Abre a janela... acorda! Que eu, só por te acordar, Vou pulsando a guitarra, corda a corda, Ao luar! As estrelas surgiram Todas: e o limpo véu, Como lírios alvíssimos, cobriram Do céu. De todas a mais bela Não veio inda, porém: Falta uma estrela... És tu! Abre a janela, E vem! A alva cortina ansiosa Do leito entreabre; e, ao chão Saltando, o ouvido presta à harmoniosa Canção. Solta os cabelos cheios De aroma: e seminus, Surjam formosos, trêmulos, teus seios À luz. Repousa o espaço mudo; Nem uma aragem, vês? Tudo é silêncio, tudo calma, tudo Mudez. Abre a janela, acorda! Que eu, só por te acordar, Vou pulsando a guitarra corda a corda, Ao luar! Que puro céu! que pura Noite! nem um rumor.. Só a guitarra em minhas mãos murmura: Amor!... Não foi o vento brando Que ouviste soar aqui: É o choro da guitarra, perguntando Por ti. Não foi a ave que ouviste Chilrando no jardim: É a guitarra que geme e trila triste Assim. Vem, que esta voz secreta É o canto de Romeu! Acorda! quem te chama, Julieta, Sou eu! Porém... Ó cotovia, Silêncio! a aurora, em véus De névoa e rosas, não desdobre o dia Nos céus... Silêncio! que ela acorda... Já fulge o seu olhar... Adormeça a guitarra, corda a corda, Ao luar!
Composition:
- Set to music by Antônio Francisco Braga (1868 - 1945), "Canção de Romeu", 1907, published 1907 [ voice and piano ], Rio de Janeiro: Vieira Machado
Text Authorship:
- by Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865 - 1918), "Canção de Romeu", appears in Sarças de fogo, first published 1888
See other settings of this text.
Researcher for this text: Emily Ezust [Administrator]
This text was added to the website: 2010-06-11
Line count: 52
Word count: 222