by Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865 - 1918)
In extremis
Language: Portuguese (Português)
Nunca morrer assim! Nunca morrer num dia Assim! De um sol assim! Tu, desgrenhada e fria, Fria! Postos nos meus os teus olhos molhados, E apertando nos teus os meus dedos gelados... E um dia assim! De um sol assim! E assim a esfera Toda azul, no esplendor do fim da primavera! Asas, tontas de luz, cortando o firmamento! Ninhos cantando! Em flor a terra toda! O vento Despencando os rosais, sacudindo o arvoredo... E, aqui dentro, o silêncio... E este espanto! E este medo! Nós dois... e, entre nós dois, implacável e forte, A arredar-me de ti, cada vez mais a morte... Eu com o frio a crescer no coração, -- tão cheio De ti, até no horror do verdadeiro anseio! Tu, vendo retorcer-se amarguradamente, A boca que beijava a tua boca ardente, A boca que foi tua! E eu morrendo! E eu morrendo, Vendo-te, e vendo o sol, e vendo o céu, e vendo Tão bela palpitar nos teus olhos, querida, A delícia da vida! A delícia da vida!
Text Authorship:
- by Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865 - 1918), "In extremis", appears in Alma inquieta, first published 1888 [author's text checked 1 time against a primary source]
Musical settings (art songs, Lieder, mélodies, (etc.), choral pieces, and other vocal works set to this text), listed by composer (not necessarily exhaustive):
- by Affonso Martinez Grau (1897 - 1963), "In extremis", published 1959 [voice and piano], Rio de Janeiro: Arthur Napoleão [text verified 1 time]
Researcher for this text: Emily Ezust [Administrator]
This text was added to the website: 2010-06-29
Line count: 22
Word count: 170