by Fernando António Nogueira Pessoa (1888 - 1935)
No ouro sem fim da tarde morta
Language: Portuguese (Português)
No ouro sem fim da tarde morta, Na poeira de ouro sem lugar Da tarde que me passa à porta Para não parar, No silêncio dourado ainda Dos arvoredos verde fim, Recordo. Eras antiga e linda E estás em mim... Tua memória há sem que houvesses, Teu gesto, sem que fosses alguém, Como uma brisa me estremeces E eu choro um bem... Perdi-te. Não te tive. A hora É suave para a minha dor. Deixa meu ser que rememora Sentir o amor, Ainda que amar seja um receio, Uma lembrança falsa e vã, E a noite deste vago anseio Não tenha manhã.
Text Authorship:
- by Fernando António Nogueira Pessoa (1888 - 1935), "No ouro sem fim da tarde morta" [author's text checked 1 time against a primary source]
Musical settings (art songs, Lieder, mélodies, (etc.), choral pieces, and other vocal works set to this text), listed by composer (not necessarily exhaustive):
- by Bruno Kiefer (1923 - 1987), "No ouro sem fim da tarde morta" [voice and piano] [text not verified]
Researcher for this text: Emily Ezust [Administrator]
This text was added to the website: 2010-07-10
Line count: 20
Word count: 102