Cai cai balão Cai cai balão Na Rua do Sabão! O que me custou arranjar aquele balãozinho de papel! Quem fez foi o filho da lavadeira. Um que trabalha na composição do jornal e tosse muito. Comprou o papel de seda, cortou-o com amor, compôs os gomos oblongos... Depois ajustou o morrão de pez ao bocal de arame. Ei-lo agora que sobe - pequena coisa tocante na escuridão do céu. Levou tempo para criar fôlego. Bambeava, tremia todo emudava de cor. A molecada da Rua do Sabão Gritava com maldade: Cai ca balão! Subitamente, porém, entesou, enfunou-se e arrancou das mãos que o tenteavam. E foi subindo... para longe... serenamente... Como se enchesse o soprinho tísico do José. Cai cai balão! A molecada salteou-o com atiradeiras assobios apupos pedradas. Cai cai balão! Um senhor advertiu que os balões são proibidos pelas posturas municipais Ele foi subindo... muito serenamente... para muito longe... Não caiu na Rua do Sabão. Caiu muito longe... Caiu no mar - nas águas puras do mar alto.
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Text Authorship:
- by Manuel Bandeira (1886 - 1968), "Na rua do sabão" [author's text checked 1 time against a primary source]
Musical settings (art songs, Lieder, mélodies, (etc.), choral pieces, and other vocal works set to this text), listed by composer (not necessarily exhaustive):
- by José de Lima Siqueira (1907 - 1985), "Na rua do sabão" [ voice and piano ] [sung text not yet checked]
Researcher for this text: Emily Ezust [Administrator]
This text was added to the website: 2010-07-30
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