by Antônio Gonçalves Dias (1823 - 1864)
Em fundos vasos d'alvacenta argila ferve...
Language: Portuguese (Português)
Em fundos vasos d'alvacenta argila ferve o cauim; Enchem-se as copas, o prazer começa, reina o festim. O prisioneiro, cuja morte anseiam, sentado está, O prisioneiro, que outro sol no ocaso jamais verá! A dura corda, que lhe enlaça o colo, mostra-lhe o fim Da vida escura, que será mais breve do que o festim! Contudo os olhos d'ignóbil pranto secos estão; Mudos os lábios não descerram queixas do coração. Mas um martírio, que encobrir não pode, em rugas faz A mentirosa placidez do rosto na fronte audaz! Que tens, guerreiro? Que temor te assalta no passo horrendo? Honra das tabas que nascer te viram, folga morrendo. Folga morrendo; porque além dos Andes revive o forte, Que soube ufano contrastar os medos da fria morte. Rasteira grama, exposta ao sol, à chuva, lá murcha e pende: Somente ao tronco, que devassa os ares, o raio ofende! Que foi? Tupã mandou que ele caísse, como viveu; E o caçador que o avistou prostrado esmoreceu! Que temes, ó guerreiro? Além dos Andes revive o forte, Que soube ufano contrastar os medos da fria morte.
About the headline (FAQ)
Text Authorship:
- by Antônio Gonçalves Dias (1823 - 1864), no title, appears in Juca Pirama, no. 2 [author's text checked 1 time against a primary source]
Musical settings (art songs, Lieder, mélodies, (etc.), choral pieces, and other vocal works set to this text), listed by composer (not necessarily exhaustive):
- [ None yet in the database ]
Researcher for this text: Emily Ezust [Administrator]
This text was added to the website: 2010-08-01
Line count: 20
Word count: 182