by Antônio Gonçalves Dias (1823 - 1864)
Por amor de um triste velho
Language: Portuguese (Português)
"Por amor de um triste velho, Que ao termo fatal já chega, Vós, guerreiros, concedesses A vida a um prisioneiro. Ação tão nobre vos honra, Nem tão alta cortesia Vi eu jamais praticada Entre os Tupis - e mas foram Senhores em gentileza. "Eu porém nunca vencido, Nem os combates por armas Nem por nobreza nos atos; Aqui venho, e o filho trago. Vós o dizeis prisioneiro, Seja assim como dizeis; Manda! vir a lenha, o fogo, A maça do sacrifício E a muçurana ligeira: Em tudo o rito se cumpra! E quando eu for só na terra, Certo acharei entre os vossos, Que tão gentis se revelam, Alguém que meus passos guie; Alguém, que vendo o meu peito Coberto de cicatrizes, Tomando a vez de meu filho, De haver-me por pai se ufane!" Mas o chefe dos Timbiras, Os sobrolhos encrespando, Ao velho Tupi guerreiro Responde com torvo acento: - Nada farei do que dizes: É teu filho imbele e fraco! Aviltaria o triunfo Da mais guerreira das tribos Derramar seu ignóbil sangue: Ele chorou de cobarde; Nós outros, fortes Timbiras, Só de heróis fazemos pasto. - Do velho Tupi guerreiro A surda voz na garganta Faz ouvir uns sons confusos, Como os rugidos de um tigre, Que pouco a pouco se assanha!
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Text Authorship:
- by Antônio Gonçalves Dias (1823 - 1864), no title, appears in Juca Pirama, no. 7 [author's text checked 1 time against a primary source]
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Researcher for this text: Emily Ezust [Administrator]
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