Ego dormio, et cor meum vigilat. CANTICO DOS CANTICOS. Quem anda lá por fora, pela vinha Na sombra do luar meio cacoberto, Sutil nos passos e espreitando incerto, Com brando respirar de criancinha? Um sonho me acordou... não sei que tinha... Pareceu-me senti-lo aqui tão perto... Seja alta noite, seja n'um deserto, Quem ama até em sonhos adivinha... Moças da minha terra, ao meu amado Correi, dizei-lhe que eu dormia agora, Mas que póde ir contente e descançado, Pois se tão cedo adormeci, conforme É meu costume, olhae, dormia embora, Porque o meu coração é que não dorme...
Três Sonetos de Antero
Song Cycle by Luis de Freitas Branco (1890 - 1955)
1. A Sulamita  [sung text not yet checked]
Language: Portuguese (Português)
Text Authorship:
- by Antero Tarquínio de Quental (1842 - 1891), "A Sulamita", appears in Os sonetos completos de Antero de Quental
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Confirmed with Os sonetos completos de Antero de Quental, Porto, Livraria Portuense, 1886, page 28.
Research team for this page: Emily Ezust [Administrator] , Joost van der Linden [Guest Editor]
2. Idílio  [sung text not yet checked]
Language: Portuguese (Português)
Quando nós vamos ambos, de mãos dadas, Colher nos vales lírios e boninas, E galgamos dum fôlego as colinas Dos rocios da noite inda orvalhadas; Ou, vendo o mar das ermas cumeadas Contemplamos as nuvens vespertinas, Que parecem fantásticas ruínas Ao longo, no horizonte, amontoadas: Quantas vezes, de súbito, emudeces! Não sei que luz no teu olhar flutua; Sinto tremer-te a mão e empalideces O vento e o mar murmuram orações, E a poesia das coisas se insinua Lenta e amorosa em nossos corações.
Text Authorship:
- by Antero Tarquínio de Quental (1842 - 1891), "Idyllio", appears in Os sonetos completos de Antero de Quental
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Confirmed with Os sonetos completos de Antero de Quental, Porto, Livraria Portuense, 1886, page 31.
Researcher for this text: Emily Ezust [Administrator]
3. Sonho oriental  [sung text not yet checked]
Language: Portuguese (Português)
Sonho-me ás vezes rei, n'alguma ilha, Muito longe, nos mares do Oriente, Onde a noite é balsamica e fulgente E a lua cheia sobre as aguas brilha... O aroma da magnolia e da baunilha Paira no ar diaphano e dormente... Lambe a orla dos bosques, vagamente, O mar com finas ondas de escumilha... E emquanto eu na varanda de marfim Me encosto, absorto n'um scismar sem fim, Tu, meu amor, divagas ao luar, Do profundo jardim pelas clareiras, Ou descanças debaixo das palmeiras, Tendo aos pés um leão familiar.
Text Authorship:
- by Antero Tarquínio de Quental (1842 - 1891), "Sonho oriental", appears in Os sonetos completos de Antero de Quental
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Confirmed with Os sonetos completos de Antero de Quental, Porto, Livraria Portuense, 1886, page 29.
Research team for this page: Emily Ezust [Administrator] , Joost van der Linden [Guest Editor]
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