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Quatro Melodias

by Luis de Freitas Branco (1890 - 1955)

1. A Elegia das Grades  [sung text not yet checked]

Language: Portuguese (Português) 
A fome, um dia, arrastou-me
Para as grades da prisão:
Sou o bastardo sem nome,
O deserdado sem pão!

Meu ar é dúbio, suspeito:
Vinte prisões conto já,
Vinte facadas no peito,
Na alma quantas não há!

Ninguém me quer, sou da vasa;
N as minhas carnes espúrias
Marcaram, a ferro em brasa,
Tatuagens rubras de injúrias!

Quando eu canto, o povo em massa
Chora ouvindo a minha voz;
Novo Camões da desgraça,
Canto a dor de todos nós!

Nas lajes do corredor
Ressoam passos... Quem vem?
Ferrolhos, chaves, rumor...
Encarceraram alguém!
Ferros de El-rei! Que ironia!
Soubesse El-rei da traição,
E caridoso viria
Dar-nos lágrimas e pão!

Aqui, em torpe igualdade,
Anicham-se os pais e os filhos;
Cabeças fora da grade,
Famintos e maltrapilhos!

A sombra, espertando o instinto,
Espessa de ardis, oprime;
Abismam-se as almas ... Sinto
Correr-me a larva do crime!

Noites de febre e miasmas,
De delírios e cruezas ...
Perpassam brancos fantasmas,
Brandões, fogueiras acesas!

Aos areais da desgraça
Lançou-me torva maré ...
Vejo toda a minha raça
Ardendo em autos-de-fé!

Adeus, a noite vai alta!
Por entre névoas, mui cedo,
Vou de súcia com a malta,
Na leva para o degredo!
Que importa morrer de todo
Nos ermos de água sem fim?
Eu já morri de algum modo:
Sou a lembrança de mim!

Saudades, brumas, acenam ...
Eu, no escuro, a murmurar:
«- Os crimes dos que condenam
Nem o inferno os quer julgar!»

Çala a tua alta Epopeia,
O povo de Pedro Sem!
Maré cheia, maré cheia,
Já se não salva ninguém! 

Text Authorship:

  • by Mário Beirão (1890 - 1965), "A Elegia das Grades"

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Confirmed with Antologia de Poemas Portugueses Modernos


Researcher for this page: Joost van der Linden [Guest Editor]

2. O Motivo da Planície
 (Sung text)

Language: Portuguese (Português) 
Morte da Luz. Na forja do Poente
um lume em agonia ainda arde.
Entra a subir da Terra abertamente
a grande pastoral do fim da tarde.

E sobe, e alastra-se. Ao luar clemente,
as rãs e os sapos gemem com alarde.
Morreu a Luz. Na forja do Poente
o Lume agonizante já não arde.

Desfaz-se a lua em aspersões de graça.
E em notas sempre as mesmas, sempre irmãs,
passa a Planície, interpretando a Vida.

Passa o motivo da Planície, passa...
Passa na voz dos sapos e das rãs
o tema da Planície indefinida.

Text Authorship:

  • by António Sardinha (1887 - 1925)

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Researcher for this page: Joost van der Linden [Guest Editor]

3. Minuête

Language: Portuguese (Português) 
— This text is not currently
in the database but will be added
as soon as we obtain it. —

Text Authorship:

  • by António Sardinha (1887 - 1925), "Minuête"

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4. O culto divinal se celebrava  [sung text not yet checked]

Language: Portuguese (Português) 
O culto divinal se celebrava
No templo donde toda criatura
Louva o Feitor divino, que a feitura
Com seu sagrado sangue restaurava.

Amor alli, que o tempo me aguardava
Onde a vontade tinha mais segura,
Com huma rara e angelica figura
A vista da razão me salteava.

Eu crendo que o lugar me defendia
De seu livre costume, não sabendo
Que nenhum confiado lhe fugia;

Deixei-me captivar: mas hoje vendo,
Senhora, que por vosso me queria,
Do tempo que fui livre me arrependo.

Text Authorship:

  • by Luís de Camões (c1524 - 1580), no title

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Confirmed with Obras completas de Luis de Camões, Lisboa, Na Livraria Europea, 1843, page 39. In Sonetos, no. 77.


Research team for this page: Emily Ezust [Administrator] , Joost van der Linden [Guest Editor]
Total word count: 433
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