LiederNet logo

CONTENTS

×
  • Home | Introduction
  • Composers (20,103)
  • Text Authors (19,448)
  • Go to a Random Text
  • What’s New
  • A Small Tour
  • FAQ & Links
  • Donors
  • DONATE

UTILITIES

  • Search Everything
  • Search by Surname
  • Search by Title or First Line
  • Search by Year
  • Search by Collection

CREDITS

  • Emily Ezust
  • Contributors (1,114)
  • Contact Information
  • Bibliography

  • Copyright Statement
  • Privacy Policy

Follow us on Facebook

by Vicente Augusto de Carvalho (1866 - 1924)

Sonho póstumo
Language: Portuguese (Português) 
Poupem-me, quando morto, à sepultura: odeio
A cova, escura e fria.
Ah! deixem-me acabar alegremente, em meio
Da luz, em pleno dia.

O meu último sono eu quero assim dormi-lo:
-- Num largo descampado,
Tendo em cima o esplendor do vasto céu tranquilo
E a primavera ao lado.

Bailem sobre o meu corpo asas trêmulas, asas
Palpitando de leve,
De insetos de ouro e azul, ou rubros como brasas,
Ou claros como neve.

De entre moitas em flor, oscilantes na aragem,
Úmidas e cheirosas,
Espalhando em redor frescuras de folhagem,
E perfumes de rosas,

Subam, jovializando o ar, canções suaves
-- A música sonora
Em que parece rir a alegria das aves,
Encantadas da aurora.

E cada flor que um galho acaso dependura
À beira dos caminhos
Entreabra o seio ao sol, às brisas, à doçura
De todos os carinhos.

Passe em redor de mim um frêmito de gozo
E um calor de desejo,
E soe o farfalhar das árvores, moroso
Como o rumor de um beijo.

Palpite a natureza inteira, bela e amante,
Volutuosa e festiva.
E tudo vibre e esplenda, e tudo fulja e cante,
E tudo sonhe e viva.

A sepultura é noite onde rasteja o verme...
Ó luz que eu tanto adoro,
Amortalha-me tu! E possa eu desfazer-me
No ar claro e sonoro!

Text Authorship:

  • by Vicente Augusto de Carvalho (1866 - 1924), "Sonho póstumo" [author's text checked 1 time against a primary source]

Musical settings (art songs, Lieder, mélodies, (etc.), choral pieces, and other vocal works set to this text), listed by composer (not necessarily exhaustive):

  • by Francisco Mignone (1897 - 1986), "Sonho póstumo", 1917, first performed 1919 [ voice and piano ], São Paulo: s.n. [sung text not yet checked]
  • by José Carlos do Amaral Vieira Filho (b. 1952), "Sonho póstumo", op. 42 (1968) [ contralto and piano ] [sung text not yet checked]

Researcher for this text: Emily Ezust [Administrator]

This text was added to the website: 2010-07-17
Line count: 36
Word count: 215

Gentle Reminder

This website began in 1995 as a personal project by Emily Ezust, who has been working on it full-time without a salary since 2008. Our research has never had any government or institutional funding, so if you found the information here useful, please consider making a donation. Your help is greatly appreciated!
–Emily Ezust, Founder

Donate

We use cookies for internal analytics and to earn much-needed advertising revenue. (Did you know you can help support us by turning off ad-blockers?) To learn more, see our Privacy Policy. To learn how to opt out of cookies, please visit this site.

I acknowledge the use of cookies

Contact
Copyright
Privacy

Copyright © 2025 The LiederNet Archive

Site redesign by Shawn Thuris